AIDS: de quem é a culpa?

                É curioso como o ser humano tem o hábito de colocar a culpa em alguém. Principalmente quando “a culpa” gera sofrimento. Inconscientemente (ou conscientemente), a pessoa coloca a culpa em outra a fim de camuflar seu tormento. E com a AIDS não seria diferente; afinal é uma doença mal vista pela sociedade, onde ninguém quer ter, mas poucos tomam atitudes para se evitar. E quando acontece, a culpa é de quem?

                Frequentemente ouço pessoas apontarem vários culpados pela sua sorologia, porém, o que nos ocorre é de nossa responsabilidade, e tudo há uma consequência, certo? – Se você não obtiver bons títulos educacionais, provavelmente não alcançará uma carreira de sucesso. Não optando por hábitos saudáveis, possivelmente irá sofrer de algum mal. Com a AIDS é a mesma coisa. Deixando de usar o preservativo você estará assumindo o risco de contrair a doença, e não só ela, mas uma série de doenças sexualmente transmissíveis. E ai meu caro leitor, o único culpado nessa história é você!

                Alegar que o preservativo não foi usado, uma vez que seu parceiro assegurou-lhe não ser portador de nenhuma DST, ou até mesmo porque vocês mantém um relacionamento estável e existe confiança, é um risco que vocês estão assumindo. Colocar a culpa no parceiro é algo muito frequente, mas você deve-se lembrar de que ninguém lhe forçou a manter relações sem proteção. Se existem culpados, são vocês. Afinal um relacionamento é um “acordo” que fazemos, e acordos estão sempre sujeitos a serem quebrados.

                Apontar falhas do governo referente à falta de informação também não é desculpa. O ministério da saúde publicou um documento indicando que “O conhecimento da população jovem sobre as formas de infecção pelo HIV é alto…” e que “cerca de 97% da população de homens (de 15 a 24 anos) sabem que o uso do preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV.”   (Veja aqui)

                Cabe lembrar que conseguimos vencer a transmissão do vírus por transfusão de sangue, e quase zerar a transmissão vertical – ou seja, da mãe para o filho, na gestação ou amamentação. E este é um dos propósitos do governo, passar de “quase zero” para zero as porcentagens de infecção por este meio. Ressalto que, em momento algum estou promovendo ou defendendo nossos governantes, mesmo porque sabemos que ainda há muito que se fazer.

                E Deus? Há aqueles que culpam Deus, usam do pretexto que se temos um Deus tão misericordioso e bondoso, ele deveria intervir e impedir a infecção. Sejamos francos, Deus é sim misericordioso e bondoso, mas ele nos deu o livre arbítrio para tomar nossas decisões.  Então se você decidiu encarar o risco, Deus não tem nada haver com isso, foi apenas sua decisão.

                Então meu caro leitor, não culpe terceiros pelas suas decisões, fazendo isso você não se livrará do problema. Ao invés de se aborrecer procurando culpados e lamentando o “leite derramado” siga em frente, de cabeça erguida. Não insista em remoer sentimentos de culpa e arrependimento. Aprenda com seus erros e assuma-os, pois errar é humano e “aquele que nunca errou que atire a primeira pedra”.

 

 

 

 

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Culpa serve para manter relacionamento?

Thata 31/03/2014
Sei de um relacionamento que perdurou mais de 8 anos, apenas pelo culpa que o parceiro sentia de ter contaminado a esposa. Isso soa familiar a alguém? Alguém mais ja passou por isso? Manipulação por culpa?
Pois toda vez que ele ia terminar com ela, ela dizia que ele e nem ela arrumariam outras pessoas por ser soro+, e ele acabava ficando mais uns anos com ela. Gostaria da opinião de mais alguém sobre esse tipo de culpa. bjinhos.
beijonaalma@outlook.com

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