Especialistas pregam prudência após "cura" de bebê com AIDS

07/03/2013 22:40

A criança, nascida nos Estados Unidos, foi infectada pelo vírus HIV no ventre materno

Paris - A aparente "cura" de um bebê soropositivo tratado menos de 30 horas depois de seu nascimento provocou esperança, mas ainda falta confirmação, alertam os especialistas que apontam que o acesso à prevenção e ao tratamento ainda é ilusório em muitos países.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comemorou esta novidade que, sujeita a confirmação, "permite esperar que uma cura da Aids é possível para as crianças", enquanto a cada ano 330.000 crianças nascem contaminadas, principalmente na África sub-saariana.

Mas para a OMS, ainda são necessárias pesquisas complementares.

Ainda estamos longe de poder afirmar que tratar mais cedo e de forma mais agressiva os bebês com alto risco de nascerem infectados permitirá evitar um tratamento para a vida inteira, ressaltaram especialistas entrevistados pela AFP.

"É preciso prudência", destaca o professor Stéphane Blanche, pediatra especialista em Aids, que considera "o termo cura não pertinente".

A criança, nascida nos Estados Unidos, foi infectada pelo vírus HIV no ventre materno. O bebê foi tratado com antirretrovirais até seus 18 meses de idade, quando o tratamento foi suspenso. Dez meses depois, os exames não detectaram qualquer presença do HIV no sangue.

A pesquisa é original porque a criança foi tratada muito cedo, desde os primeiros dias de vida, enquanto geralmente os portadores são tratados após algumas semanas (de 15 dias a um mês), revela Blanche.

Esta cura é chamada de "funcional" porque o vírus não é totalmente erradicado do organismo. Neste estado ela se apresenta mais como uma "remissão", que deve ser acompanhada por mais tempo para verificar se o vírus se reativa, observa por sua vez John Frater da universidade de Oxford.

Fonte: Exame

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