Cura da aids é questão de tempo, afirma pesquisador brasileiro Mauro Schechter

28/06/2013 17:04

A cidade de São Paulo recebeu entre os dias 13 e 15 de junho o evento Drug Therapy in HIV Infection in the Americas. Voltado para médicos e pesquisadores, o encontro aconteceu pela primeira vez no Brasil, com resultados promissores, segundo organizadores e participantes. Dentre os assuntos abordados, destacaram-se os consensos terapêuticos para o tratamento da aids e as comorbidades relacionadas ao HIV. 

Mauro Schechter, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente do Congresso, explicou à Agência de Notícias da Aids que “a América Latina é uma região que não tem acesso aos melhores eventos do mundo por causa das dificuldades com os custos e com a língua”, por isso este encontro é tão importante, pois traz alguns dos melhores pesquisadores internacionais.

O médico ressalta que todos os palestrantes que falaram para as cerca de 300 pessoas da comunidade médica participante eram voluntários e que se esforçaram para passar adiante as novidades científicas.

Para Mauro, a cura da aids é uma questão de tempo e de dinheiro. “E o dinheiro há... Nós já sabemos o que fazer para conseguir a cura, mas como fazer é outra história”. 

José Valdez Ramalho Madruga, da Diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia e um dos palestrantes do evento, acredita que a sala de palestras ter permanecido lotada mesmo na sexta-feira às 19h é um sinal do interesse e do sucesso do evento no Brasil. “É sempre importante, em termos de atualização, a realização de congressos com a participação da comunidade científica de todo o mundo aqui no Brasil. Essa é a oportunidade de conversar com colegas com bastante experiência em outros países e discutirmos políticas médicas que deram certo em cada cenário”, defendeu. 

O infectologista fez duas apresentações, a primeira era uma discussão de casos clínicos, e a outra uma comparação entre o consenso terapêutico brasileiro para o tratamento da aids e os consensos de países como Chile, Equador, Colômbia, Peru, Argentina, Estados Unidos e os países europeus. “A maioria dos países está oferecendo o tratamento para as pessoas vivendo com o vírus cada vez mais precocemente, inclusive o Brasil”, comentou. Ele ressaltou, no entanto, o acesso a novos medicamentos, em que “a América Latina ainda fica atrás dos países europeus e dos Estados Unidos”. 

O evento foi promovido pela farmacêutica MSD e apoiado pela University College London, do Reino Unido; pelo Karolinska Institute, da Suécia; University of Amsterdam, dos Países Baixos; Weill Cornell Medical College of Cornell University, dos Estados Unidos e pela International Aids Society (IAS). Mais informações: podem ser encontradas no site www.hivamericas.org.